
De todas as actividade que efectuamos no âmbito do convite feito pela
ASA, a visita aos
Viveiros Monte Rosa foi uma daquelas que me ficou mais presente…. Talvez porque o meu espírito curioso (de rapariga Sagitário) tenha ficado satisfeito com tanta informação… ;)
A verdade é que eu sabia zero sobre produção de azeite… “mea culpa” confesso, porque já que andamos nisto da blogosfera culinária acho que nos fazem falta sempre mais alguns conhecimentos….
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Talvez só por isso ou por tudo isto, tudo foi tão gratificante…. E depois houve o Senhor Detlev Von Rosen… imaginem um Senhor (não vou arriscar a idade) que vive em Portugal há mais de 40 anos, que tem um ligeiro sotaque Francês mas que é Sueco… Tem um tom de voz suave mas que deixa transparecer através dele todo o amor e a paixão por aquilo que faz.
Explicou-nos todo o processo, respondeu às nossa perguntas curiosas e talvez óbvias e no fim ainda disse uma frase que me ficou marcada na memória… “Aos 30 anos eu não sabia que este seria o meu caminho, mas agora sei que tudo foi feito neste sentido… para aqui chegar”… Quem me dera poder dizer o mesmo daqui a 30 anos!
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Mas vamos ao azeite… A sua produção é antiquíssima e existem ainda activas oliveiras com mais de 2000 mil anos, a árvore vai abrindo e forma como se fossem dois trocos separados. São árvores que se dão muito bem no clima mediterrânico porque beneficiam da brisa marítima, que faz com que as folhas estejam em constante movimento.
O mais curioso é que durante muitos anos o azeite não era usado na alimentação, mas como lubrificante nas rodas dos carros de cavalos ou na iluminação pública.
O facto dos Romanos terem acesso à luz nocturna dada pelas lamparinas de azeite permitia-lhes algo muito inovador para a época mas que hoje nos parece banal… ler à noite.
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Eu que não sou do tempo dos Romanos :) ainda me lembro do azeite ser considerada uma gordura “má”, mas com as descobertas dos benefícios da tão falada “Dieta Mediterrânica” tudo mudou e hoje sabe-se que o azeite não só é uma gordura “boa” como é um dos alimentos que melhor faz à saúde.
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São sempre inevitáveis algumas comparações entre o azeite e o vinho, uma vez que ambos são influenciados, quer pelo tipo de fruto utilizado quer pelo tipo de solo onde a planta se desenvolve. Mas ao contrário do vinho que muitas vezes melhora com a idade, o azeite deve ser consumido no prazo de 1 ano.
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Um bom azeite é muitas vezes considerado um produto caro, mas sabiam que para obtermos 1L de azeite são necessários 6kg de azeitonas? E claro, existem azeites e azeites, se estivermos a falar de um Azeite Virgem Extra o seu teor de ácido oleico ou seja a sua acidez não deve exceder os 0,8% mas se azeite for virgem a acidez poderá variar entre os 0,8% e os 2%.
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No entanto aquilo que torna o azeite mais os menos “amargo” não é a sua acidez mas a quantidade de polifenóis que contem. Estes polifenóis são uma enzima antioxidante que reduz, por exemplo, a formação de radicais livres, os grandes responsáveis pelas rugas e pelo envelhecimento da pele (aquilo que nos andam a convencer que os cremes de rosto também fazem) se calhar não era por acaso que as nossas avós o usavam como hidratante.
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Na
Herdade Monte Rosa são cultivadas quatro variedades de azeite,
Maçanilha,
Cobrançosa,
Verdeal e
Picual. Nesta herdade a exploração de azeite começou em 2000, é obtida de forma totalmente biológica e todas as variedades são Virgem Extra.
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Foram-nos dadas a provar as variedades
Maçanilha (um azeite
frutado suave) e
Cobrançosa (um azeite
frutado mais picante). As quatro variedades são vendidas através da
internet directamente ao consumidor e são enviadas por correio para todo o mundo. Para obter mais informações basta entrar no
site.
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Tenho a perfeita noção que a imagem é muito mais apelativa do que as palavras.... por isso parabéns se conseguiram chegar até ao fim deste longo texto :)
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Mas se quiserem ver fotos verdadeiramente espantosas desta Herdade nada como ir dar um
passeio até outros blogs de meninas muito talentosas que já escreveram sobre esta mesma viagem. São elas a
Gasparzinha, a
Laranjinha e a
Mónica.